domingo, 14 de abril de 2013

Cambucá - árvore símbolo de Cantagalo


      Qualquer morador ou turista em passagem pela cidade de Cantagalo se encanta com imponência das palmeiras imperiais em Praça João XXIII, também conhecida como Jardim de Cantagalo. Sendo assim, muitos se perguntam por que a árvore símbolo da cidade não é uma palmeira imperial, mas o cambucá, uma árvore pouco conhecida.
Responder a este questionamento é simples. Em primeiro lugar, pesa a favor do cambucá o fato dele ser uma árvore nativa de Mata Atlântica, ou seja, habitante de longa data destas terras, ao passo que a palmeira imperial é uma árvore exótica, originária das Antilhas, introduzida no Brasil pela Corte de D. João VI.
Mas o principal motivo de ser o cambucá árvore símbolo de Cantagalo, reside na relação histórica, impregnada de simbolismo, entre a cidade e a Reserva dos Cambucás. Nos primeiros anos do século XX Cantagalo sofreu um surto de febre amarela e grande parte da população foi dizimada. Algumas famílias, detentoras de mais posses, abandonaram suas casas na cidade buscando cidades onde pudessem ficar a salvo da doença. Foi um período de grande sofrimento coletivo que formou uma cicatriz na história da cidade.
 Para que a cidade pudesse reerguer-se e as famílias pudessem retornar aos seus lares, o poder público da época tomou uma série de medidas de saneamento, seguindo os modelos propostos pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz na cidade do Rio de Janeiro. Entre as medidas adotadas estava a captação e canalização da água – abundante e de boa qualidade – da Bacia dos Cambucás, para ser distribuída para toda população. As obras ficaram prontas em 1904 e a água da Bacia dos Cambucás foi utilizada pela população até a década de 60, quando a água passou a ser fornecida pela CEDAE. Além da captação da água da Bacia para garantir o consumo de água de boa qualidade, foi construído um sistema de dique no córrego São Pedro (que corta a cidade), na altura da atual rua Maria Zulmira Torres, a fim de controlar o volume de água no mesmo, evitando a formação de poças que favoreceriam a proliferação do mosquito transmissor do vírus causador da moléstia.
Desta forma, a simbologia do cambucá está associada à resistência e recuperação da cidade em determinado período histórico marcado pelo sofrimento da população. Apesar do registro da ocorrência endêmica do cambucá no município, a relação do cambucá com a historia local foi determinante para que ele fosse adotado como árvore símbolo da cidade.


Fabiana Figueira Corrêa
Coordenadora do Projeto Cambucás
Colégio Euclides da Cunha – Cantagalo, RJ

8 pés de cambucás?

Esta tem sido uma pergunta feita de forma recorrente a nossa equipe.
Só existem 8 pés de cambucá na nossa região?
A resposta, lógico, é não!
Durante a gravação da reportagem conversamos e enumeramos algumas propriedades conhecidas onde sabíamos existir cambucá. Foram enumeradas cerca de 8 propriedades, daí a informação dos "8 pés de cambucás".
Mas podem dormir menos preocupados...existem mais de 8 pés de cambucás por aqui. Mas o trabalho com o replantio ainda precisa ser intenso.
Graças a esta contradição nas informações, temos sindo contactados por vários proprietários rurais nos informando da ocorrência de cambucá em sua propriedade.
Fica uma dica para os proprietários rurais...tem muita gente querendo provar a fruta!
Quem sabe podemos organizar uma feirinha na praça na próxima frutificação?

O texto da matéria publicada no portal G1 foi traduzido e publicado em fórum sobre frutas topicais e pode ser acessado no link abaixo:
http://tropicalfruitforum.com/index.php?topic=4328.0
A matéria produzida pela equipe de jornalismo da INTERTV SERRA+MAR para o Globo Rural pode ser visualizada no seguinte link:
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/vida-rural/noticia/2013/02/biologos-trabalham-para-preservar-o-cambuca-na-regiao-serrana-do-rj.html

Que venha 2013!



2013 começou a todo vapor para o Projeto Cambucás.



Ainda em 2012 havíamos sido procurados por uma equipe de jornalismo da INTERTV SERRA+MAR, de Nova Friburgo, para filmagem de um programa para o Globo Rural. O contato foi feito em outubro, mas como eles precisavam das árvores

em frutificação, a gravação foi adiada. A equipe de reportagem retomou o contato apenas no final de janeiro e foi uma correria encontrar alguns pés ainda com frutos, já que o auge da frutificação tinha acontecido entre o final de dezembro e o início de janeiro. Como quem tem amigos não fica desamparado, conseguimos programar a filmagem para duas propriedades nos arredores de Cantagalo: o sítio da família Cosendey Campanate a Fazenda São Clemente.
Com as bençãos de São Clemente conseguimos, apesar das chuvas nos dias que antecederam a gravação, gravar o programa na primeira semana de fevereiro. O programa foi ao ar no Globo Rural e no INTERTV Rural. Nas últimas semanas, um fragmento do programa tem sido veiculado no intervalo da programa da TV Globo.
É o cambucá frutificando na mídia brasileira e o prenúncio de novos ventos em nosso Projeto!